Três quartos da superfície da Terra são recobertos por água. Trata-se de 1,5 bilhão de km³ de água em todo o planeta, contando oceanos, rios, lagos, lençóis subterrâneos e geleiras.
Parece inacreditável afirmar que o mundo está prestes a enfrentar uma crise de abastecimento de água. Mas é exatamente isso o que está para acontecer, pois apenas uma pequena parte de toda a água do planeta Terra pode ser utilizada para abastecer a população.
Vinte e nove países já têm problemas com a falta d'água e o quadro tende a piorar. Uma projeção feita por cientistas indica que no ano de 2025, dois em cada três habitantes do planeta serão afetados de alguma forma pela escassez: passarão sede ou estarão sujeitos a doenças como cólera e amebíase, provocadas pela má qualidade da água.
Há 30 anos, quando os primeiros alertas foram feitos por um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU), ninguém dava importância para a improvável ameaça.
Hoje, a falta d'água já afeta o Oriente Médio, China, Índia e o norte da África. Até o ano 2050, as previsões são sombrias. A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que 50 países enfrentarão crise no abastecimento de água.
Disputa - A humanidade poderá presenciar no terceiro milênio uma nova modalidade de guerra: a batalha por água. Um relatório do Banco Mundial de 1995 já anunciava que as guerras do próximo século serão motivadas pela disputa de água, diferentemente dos conflitos do século XX, marcados por questões políticas ou pela disputa do petróleo. Uma prévia do que pode ocorrer num futuro próximo aconteceu em 1967, quando o controle da água desencadeou uma guerra no Oriente Médio.
Naquele ano, os árabes fizeram obras para desviar o curso do rio Jordão e de seus afluentes. Ele é considerado o principal rio da região, nasce ao sul do Líbano e banha Israel e Jordânia. Com a nova rota, Israel perderia boa parte de sua capacidade hídrica. O governo israelense ordenou o bombardeamento da obra, acirrando ainda mais a rivalidade com os países vizinhos.
Para que fatos como esse não voltem a acontecer, alguns países já estão tomando providencias. Na Austrália, por exemplo, as 5 principais cidades do país estão investindo cerca de 13 bilhões de dólares em usinas de dessalinização.
“Dessalinização é um processo físico-químico de retirada de sais da água, tornando-a doce e própria para o consumo. É indicada para locais onde a água potável seja escassa e haja facilidade em se obter água salgada ou salobra”, explica o professor Jorge Henrique Alves Prodanoff, do Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Escola Politécnica da UFRJ.
No Brasil, que detém 20% de toda a água doce superficial da Terra, também já existe uma estação de dessalinização. Ela fica em Fernando de Noronha, e, representa um importante reforço no abastecimento de água na região. O equipamento é formado por dois módulos operacionais que podem funcionar até 18 horas por dia, produzindo 288 mil litros de água potável, o que representa 40% do consumo da Ilha.
Esse processo é o mais indicado para países que estão perto do mar, e assim tem uma maior facilidade para obter água salgada para transformá-la em doce. “Os que estão distantes do mar a melhor solução é a conscientização da população local”, afirma o professor Jorge Prodanoff.
É importante que as pessoas comecem a economizar, e isso pode ser feito com pequenas atitudes, como por exemplo não demorar muito no banho, escovar os dentes com a torneira fechada, ao invés de lavar a calçada com mangueira usar a vassoura, etc. São pequenas atitudes que podem fazer uma grande diferença.
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